Conheça a Etnia Chinesa Dong [Vídeo]

Você sabia que, na China, existem 56 grupos étnicos e todos eles preservam suas práticas culturais?

Sabia que, mesmo a etnia Han sendo maioria, a China se diferencia por todos se reconhecerem como portadores de uma ancestralidade étnica?

A Photo of Dong ethnic group children after school, taken by Zhu Kangle in 1956. [Photo/ China Photographers Association]

Para ilustrar isso, hoje compartilho com vocês um vídeo maravilhoso, de uma menina da etnia Dong apresentando a festa de Ano Novo, suas comidas típicas e danças.

As legendas em português foram feitas por mim, com a ajuda de uma amiga querida, estudante de português e também pertencente à etnia Dong.

Este vídeo serve para refletir que, embora a imagem da China seja frequentemente associada à tecnologia, ao desenvolvimento e a soluções inovadoras, os grupos étnicos existem com muita força e são representados como famílias dentro de uma família maior.

Essa concepção é muito interessante porque ilustra o que mais tenho abordado na minha tese: a relação entre indivíduo e coletividade, entre a diferença e o normativo, destacando como essas concepções não são, no contexto chinês, excludentes.

É muito comum se falar da sociedade chinesa em termos culturais, como “cultura chinesa”, como se todos fossem um só. No entanto, esse conceito é um tanto superficial. 

Embora possa fazer sentido em um primeiro momento (como acontece quando diferenciamos um país de outro), em termos antropológicos ele é problemático, pois cria uma noção homogênea, como se uma população de mais de um bilhão de pessoas reproduzisse o mesmo comportamento sociocultural.


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Na verdade, o que existe é uma relação específica entre o que é diferente e o ponto de encontro das semelhanças.

A ideia de família pode ser um bom exemplo: ela expressa tanto a família sanguínea quanto a ideia de grupo étnico ou mesmo de país, ou seja, um lugar onde as diferenças coexistem sobre o mesmo eixo identitário, sem que suas identidades locais percam força.

No filme, repare como ele se inicia com uma “negociação” entre passado (na figura da avó) e presente (a menina), em busca de um pretendente, ao mesmo tempo, em que o termo “família” aparece não apenas como um núcleo, mas como representante de todos que estão ali e pertencem ao mesmo grupo étnico.

Os chineses falam de cultura chinesa, mas todos sabem que essa “cultura” é múltipla em termos linguísticos, fenotípicos e de práticas cotidianas. Resta a nós compreendermos que a homogeneidade imaginada, na verdade, é uma escala de diversidade que compartilha o mesmo sentido de país.

Esse filme representa muito bem isso.


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